Por mais de um ano, autoridades da polícia federal americana (FBI) perseguiram um sujeito conhecido apenas como “O Hacker”. Mas somente depois de utilizarem um dispositivo novo, chamado de Stingray, é que eles tiveram sucesso nas buscas.
Stingrays são aparelhos designados para localizar telefones celulares mesmo quando eles não estão em uso. Aliás, a polícia acha o sistema tão crítico, que todos os dados captados pelo aparelho são apagados após o uso, evitando assim que qualquer outra pessoa saiba exatamente a capacidade do dispositivo.
Contudo, o uso dessa tecnologia gerou diversas discussões nos Estados Unidos sobre a sua legalidade. Segundo o FBI, o aparelho tem aprovação da justiça. Por outro lado, é uma maneira de vasculhar a vida de um suspeito sem possuir um mandato, o que gera todo o debate.
Não há muitas informações a respeito do funcionamento específico do aparelho, pois o FBI mantém grande parte dele em sigilo. Contudo, podemos ter uma ideia de como ele faz o rastreamento após pesquisas nos poucos documentos públicos sobre o Stingray.
O sistema é constituído de uma antena, um computador com gerador de mapas e um dispositivo especial. O aparelho então simula uma torre telefônica e faz com que o celular se conecte a ele. A partir desse momento, o Stingray tem acesso a diversos dados do aparelho celular, para que seja possível selecionar o número que esteja realmente sendo procurado.
A maneira mais usada é apontando o dispositivo (não há informações sobre o alcance) para uma região onde se imagina que o suspeito esteja. Nesse caso, os policias andam com o aparelho no carro em dirigem pela região até encontrar um sinal do número que esteja sendo procurado.
Quando esse sinal é então encontrado, o aparelho aponta uma região aproximada no mapa da localização. Ao coletar sinais de diversos pontos, é possível fazer uma triangulação e definir com exatidão o local onde está o celular.
O caso de Daniel David Rigmaiden (“O Hacker”) deu início a uma grande discussão sobre a legalidade do uso do Stingray. Como o funcionamento e uso do aparelho são secretos, a defesa do acusado alega que tais informações não podem ser usadas, pois não há comprovação dos dados que ele coleta.
Já quem está do lado do aparelho alega que o Stingray não faz o grampo de conversas ou a coleta de dados confidenciais do usuário. Segundo tais defensores, o aparelho simplesmente coleta dados do hardware e da localização do celular.
Contudo, o processo continua em trâmite na corte do Arizona, nos Estados Unidos, aguardando julgamento.
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